O que esperar da tecnologia em 2021

O que esperar da tecnologia em 2021

O que esperar da tecnologia em 2021

2020: que ano!

Terminou aquele que foi o ano mais imprevisível e atípico que há memória e preparar o ano de 2021, ainda em tempo de pandemia, não é fácil:
a incerteza do que aí vem, é ainda a única certeza.

Se há coisas que ansiamos rapidamente voltar a fazer – poder confraternizar em grupo, participar em eventos presenciais, viajar com segurança – outras sabemos que não voltarão nunca a ser as mesmas.

Muitas das mudanças sem precedentes que se verificaram no ano que termina vieram para ficar e transformarão ainda mais a forma como vivemos e trabalhamos.

Em várias áreas de atividade – como por exemplo a advocacia- apesar da mudança de tecnologia estar já a ser implementada, a consequente obrigatoriedade de trabalho remoto acelerou claramente a digitalização das empresas.

O novo ano arranca ainda com a pandemia por sarar mas com a consciência que de as empresas terão que estar preparadas para enfrentar os desafios e oportunidades que se lhes apresentarão. E é precisamente tendo em conta as novas formas de operar, que o relatório de tendências tecnológicas da GARTNER, destaca áreas de oportunidade e formas para as empresas / organizações se diferenciarem da concorrência.

As tendências deste ano enquadram-se em três temas:


- Foco nas Pessoas: apesar da pandemia mudar como muitas pessoas trabalham e interagem com organizações, as pessoas ainda estão no centro de todos os negócios - e precisam de processos digitalizados para funcionar no ambiente atual.
Muitas empresas concentraram-se também em colocar as pessoas em primeiro lugar, ajudando os mais necessitados.


- Independência de localização: a covid-19 deslocou-se para onde empregados, clientes, fornecedores e ecossistemas organizacionais existem fisicamente.
A Independência de localização requer uma mudança tecnológica para apoiar esta nova versão de negócios.


- Entrega resiliente: quer seja uma pandemia ou uma recessão, a volatilidade existe no mundo mas mesmo nestas circunstâncias, as empresas encontraram soluções criativas para continuar a operar.

 


Da análise das várias tendências, eis o que para nós, importa reter:

- A supremacia da cloud
Para trabalhar de forma rápida e em qualquer lugar, é essencial recorrer a plataformas alojadas na cloud. A desconfiança sobre a segurança desta tecnologia já foi largamente ultrapassada, à medida que se torna cada vez mais um recurso até para as pequenas empresas, sem capacidade para terem a sua própria infraestrutura física de TI.

2021 irá reforçar a importância da cloud e a GARTNER destaca a “Distributed cloud”.

A cloud distribuída fornece opções de cloud pública a diferentes locais físicos. Essencialmente, a empresa da cloud pública mantém, opera e evolui os serviços, mas fisicamente executa-se no ponto de necessidade.

Isto ajuda em questões de latência, e também regulamentos de privacidade que exigem que certos dados permaneçam numa localização geográfica específica. Assim, permite aos clientes beneficiar da cloud pública e evitar dispendiosos e complicadas soluções de cloud privadas.

- Operar / Trabalhar remotamente
Apesar do regresso ao trabalho no escritório ser previsível, a maioria das empresas – incluindo os escritórios de advogados – pondera combinar o modelo presencial com o trabalho remoto, usufruindo de uma flexibilidade de trabalhar a partir de casa alguns dias por semana. Ora para trabalhar remotamente, é crucial ter a tecnologia certa.

No ano que passou, a tecnologia baseada na cloud, como a Rolling Legal, deu um enorme impulso a alguns escritórios pois permitiu que os seus colaboradores trabalhassem, com segurança, a partir de qualquer lugar.

Este modelo de trabalho implica um modelo operacional de TI que é concebido para apoiar os clientes em qualquer lugar, permitir trabalhadores em qualquer lugar e gerir a implantação de serviços empresariais através de infraestruturas distribuídas. Este modelo implica ser "primeiro digital, primeiro remoto" e visa oferecer experiências de valor acrescentado únicas.

Fornecer uma experiência digital contínua e escalável requer mudanças na infraestrutura tecnológica, práticas de gestão, políticas de segurança e governação, e de funcionários e modelos de envolvimento do cliente. O que nos leva ao ponto seguinte.


- Cibersegurança
Se antes da pandemia a cibersegurança já estava na ordem do dia, a mudança para o trabalho remoto com tantos WI-FI domésticos e pouco seguros, despoletou os casos de ciberataques. Além disso, mais de 80% de todos os ciberincidentes são causados por erro humano, com as empresas a perderem milhões para recuperar de incidentes relacionados com o pessoal.
Nos EUA, por exemplo, houve uma média de 3.000-4.000 ciberataques por dia durante 2020, um aumento de mais de 400% em relação aos anos anteriores.

O relatório da GARTNER fala numa rede de cibersegurança e a necessidade de apoiar um mundo de bens e utilizadores digitais cada vez mais distribuídos é o principal motor do crescimento desta rede de cibersegurança.

A malha de segurança cibernética é uma abordagem arquitetónica distribuída para um controlo de segurança escalável, flexível e fiável.
A covid-19 acelerou uma tendência existente em que a maioria dos bens e dispositivos estão agora localizados fora dos tradicionais parâmetros de segurança física e lógica, ou seja, estão alojados na cloud. A rede de cibersegurança permite a qualquer pessoa ou coisa aceder em segurança e utilizar qualquer bem digital, independentemente da sua localização, proporcionando o nível de segurança necessário.

À medida que as organizações aceleram os negócios digitais, a segurança deve acompanhar a rápida mudança. A rede de cibersegurança permite um modelo de segurança que mantém a plasticidade necessária para operar nas condições atuais e oferecer segurança sem impedir o crescimento da empresa. Por esta razão, os especialistas em cibersegurança estão a aconselhar as empresas de todas as dimensões, a concentrarem-se ainda mais na segurança dos seus dados em 2021.

- Hiperautomação / automatização de tarefas:
A hiperautomação é um processo em que as empresas automatizam o maior número possível de processos empresariais e de TI utilizando ferramentas como a Inteligência Artificial (AI), Machine Learning (ML), Robotic Process Automation (RPA) e outros tipos ferramentas automatizadas de processos de tarefas e decisões.

Desta, forma a automatização de tarefas repetitivas e sistemáticas, rentabiliza os fluxos de trabalho e elimina certas redundâncias, permitindo a poupança de tempo e recursos.

A hiperautomação é a chave tanto para a excelência operacional digital como para a resiliência operacional das organizações. Para tal, as organizações têm de digitalizar os seus documentos/artigos e garantir que os seus fluxos de trabalho e processos informáticos eram digitais. Têm de automatizar tarefas, processos e orquestrar a automatização entre áreas funcionais.

Segundo Brian Burke, Research Vice President da GARTNER, “a hiperautomação é irreversível e inevitável. Tudo o que pode e deve ser automatizado, será automatizado".

 


À medida que vamos entrando no novo ano, percebemos o quanto as empresas e os empresários foram resilientes e o quanto tiveram que se adaptar.

O potencial tecnológico que se adivinha e a incerteza no que diz respeito ao controlo da pandemia promete um ano, no mínimo, desafiante!